VOCÊ É ARTISTA? MAS TRABALHA COM O QUÊ?

VOCÊ É ARTISTA? MAS TRABALHA COM O QUÊ?

Foi no ano de 1886 que se realizou a primeira manifestação de trabalhadores, foi em Chicago nos Estados Unidos. Três anos depois, na França foi feito também um movimento, inspirado no de Chicago e aí definido que todo dia 1º de Maio seria comemorado o dia do trabalhador. Na época o objetivo era a redução da jornada de trabalho para oito horas por dia. Atualmente as discussões são as mais variadas e o evento acontece em centenas de lugares pelo mundo sendo em muitos lugares feriado.

Na área da Cultura temos centenas de profissionais que ainda hoje lutam pelo reconhecimento da profissão e pelo respeito da mesma. Infelizmente ainda é comum ouvir a frase “Que bacana, você é artista. Mas você trabalha com o que?”. Ou comentário do tipo que você só é sucesso se aparece na TV ou toca no Rádio, ou ainda sai nas revistas de fofoca.

O artista da área musical, teatro, dança, cinema, literatura ou qualquer outra área, quase todos, sofrem com esse preconceito. Vai ao banco abrir conta e não consta lá a sua profissão. A maioria das profissões da área são consideradas “hobby”, diversão. Além disso até o produtor cultural (ou de eventos) sofre preconceito na área (veja matéria do dia 05/05/2015).

Temos um longo caminho mas não estamos parados. Seguimos  fortes sempre em frente e colhendo bons resultados. Há um grande trabalho a ser feito de conscientização mas estamos pouco a pouco, e com a ajuda da Economia Criativa, mostrando que é sim profissão, exige respeito e gera muitos dividendos na nossa economia.

E por isso trouxe pra vocês um bate bola rápido com 10 perguntas com alguns profissionais da área. Quem são, como é o trabalho e o que pensam. Boa leitura.

Aqui com vocês a Sueli Vargas, Raquel Naveira, Rose Meusburger, Sonekka e Ricardo Brito.

1 ) Qual seu nome, profissão/trabalho, cidade e a quanto tempo trabalha na área?

SUELI VARGAS – cantora, natural de Araraquara mas mora em São Paulo há 10 anos.Trabalho há 35 anos nesta profissão.

RAQUEL NAVEIRA – escritora sul-mato-grossense , professora com formação em Direito e Letras, Mestrado em Comunicação e Letras. Desde criança amei o livro, as cantigas, o teatro. A minha vocação, o chamado, veio da infância. Uma espécie de ser e estar no mundo através da Palavra.

ROSE MEUSBURGER – gestora cultural, Poá, SP – mais de 15 anos na área sociocultural.

SONEKKA – Osmar Ricardo Lazarini. Compositor já faz uns 20 anos.

RICARDO BRITO – compositor, letrista, produtor, radialista e agora cineasta. Editei meu primeiro filme, um documentário sobre a vida e obra de Lucia Coelho. (Rio de Janeiro)

foto perfil sueli
SUELI VARGAS

2) Fale um pouco do seu trabalho….

SUELI VARGAS – Hoje desenvolvo trabalhos na área como:Trovadores Urbanos, grupo de samba de raiz, trio de fados e amigasdosamba.com

RAQUEL NAVEIRA – Literatura e Magistério sempre andaram juntos em minha vida. É como o processo de ler e escrever. A professora alimenta a escritora com seus estudos e dedicação aos livros e a escritora dá ânimo, força e paixão às lições da professora.

ROSE MEUSBURGER Resumir 15 anos em poucas linhas é meio complicado. Mas a Gaia Brasil, Gestão Cultural e Economia Criativa não nasceu para trabalhar com cultura. A ideia era levar Educação Ambiental usando como ferramenta a cultura. Mas o trabalho na área foi nos mostrando demandas. As demandas por capacitação e gestão no segmento cultural são tão fortes que não pudemos ficar parados. Desde 2003 realizamos a Oficina de Elaboração de Projetos para agentes sociais e culturais. Levamos para a cultura e o terceiro setor a nossa competência em administração. Viemos do mundo corporativo onde sem planejamento nada acontece. O mesmo não se dá na cultura – infelizmente. Esse é um trabalho muito gratificante porque vez encontramos com ex-alunos que estão dando certo, ou conseguiram melhores resultados depois de ter passado por nossas atividades. Além disso a GB colabora com artistas e associações na assessoria para elaboração de projetos, enquadramento em leis de incentivo, produção para produtos culturais, administração de projetos e prestação de contas. De todas as etapas a única que não executamos é a captação de recursos. Não conseguimos dar conta de tudo! Agora em 2015 devemos ampliar a nossa atuação com um curso mais completo em Gestão Social e Cultural. Acho que assim vamos atender melhor as demandas que detectamos nesses anos todos.

SONEKKA – Primeiro eu compunha por paixão, gravei algumas canções e fui ficando mais exigente com o que eu fazia. A distância entre a arte que eu fazia e a que eu gostaria de fazer era muito grande e fui me aperfeiçoando, gravando outras coisas, fazendo muitos parceiros, principalmente entre o pessoal do Clube Caiubi.

RICARDO BRITO – Amo escrever, expor meus sentimentos e pensamentos sobre as emoções através da palavra. Considero que a emoção é o que conduz a vida. Na minha opinião, a verdadeira história da humanidade é contada através da história das artes. A produção completa a obra, faz ela virar realidade e se transformar em “negócio”. Tento fazer com que minha experiência em Marketing me ajude neste processo. Apesar do dito popular  “Santo de casa não faz milagre”.

3) Você acha que trabalhar na sua área é um bom negócio? Porque? Indicaria para outros?

SUELI VARGAS – falando de cultura como politica é difícil estar na área.Mas quando se trabalha  com que gosta é  sempre um bom negocio. Indicaria a todos que tenha talento e tenha determinação.

RAQUEL NAVEIRA
RAQUEL NAVEIRA

RAQUEL NAVEIRA – É bom negócio dar sentido e rumo à nossa existência. Ter um foco, uma companhia que não nos abandona, descobrir uma arte e criar. Indicaria àqueles que descobrem que não podem viver sem escrever.

ROSE MEUSBURGER – A Economia Criativa movimenta uma parcela significativa da sociedade no mundo inteiro. Conforme o Plano Nacional de Cultural é meta medir o PIB da Cultura – Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de tudo o que é produzido durante o ano em um país, estado, cidade ou região e é usado para medir o crescimento econômico – O rendimento das atividades culturais também entra na soma do PIB, embora não seja fácil medi-lo. Isso porque, embora o setor cultural tenha suas áreas formais (produção de livros e comercialização de discos, por exemplo), também abrange segmentos informais e artesanais, tais como a produção das rendeiras do Nordeste do país. Há um crescimento do segmento cultural em relação ao PIB Nacional. Portanto é claro que a área é um bom negócio. O grande problema é que mesmo quem faz cultura não entende o “seu fazer” como um “negócio”. Data da atualização: 30/12/2013 – Fonte: Federação das Indústrias do Rio (FIRJAN)

SONEKKA – Não é. É um péssimo negócio. É uma parte menos remunerada e valorizada de toda a cadeia produtiva. Eu só indicaria para quem gostaria de tê-la como hobby e quisesse arriscar a sorte de se dar bem financeiramente com ela.

RICARDO BRITO – É um trabalho para quem tem talento e vocação, ou no mínimo a vocação. Nenhuma pessoa normal entra nesta área apenas pelo negócio. Indico sempre que cada um escolha trabalhar com o que ama, pois em todas as profissões tem muitas dificuldades. A força para seguir em frente é maior quando se ama o que faz.

4) Qual formação é necessária? Qual sua visão sobre a cultura, as artes e a economia criativa no Brasil? O que tem de bom e o que tem de ruim?

SUELI VARGAS – aulas de canto, ouvir muita música boa, ter domínio de pelo menos um instrumento, além da voz, é claro.

RAQUEL NAVEIRA – Minha formação é humanista. Muita leitura. Minha preferência são os clássicos gregos e latinos; as poesias brasileira, portuguesa e francesa; a filosofia; as artes plásticas como fonte de inspiração e diálogo com a Literatura. Creio no poder transformador da Arte, na força do Novo, no diálogo com a tradição e na visão do futuro. O que há de mais instigante no momento são: a utilização de plataformas e mídias; o poder da imagética visual; os fenômenos sociais de fragmentação de públicos voltados para temas e releituras surpreendentes e inesperadas.

ROSE MEUSBURGER
ROSE MEUSBURGER

ROSE MEUSBURGER – De certa forma e complementando o que disse acima os setores da Economia Criativa no Brasil (artes em geral, patrimônio material e imaterial, tecnologia da informação, design, arquitetura, moda, artesanato) tem a necessidade de se profissionalizar pelo ponto de vista administrativo e financeiro. Cada setor tem que ser pensado com um negócio, uma empresa. Nesse sentido além das capacitações específicas de “cada fazer” é necessário que o gestor entenda minimamente de administrar o “seu negócio criativo”. Entender de como montar uma empresa e porque ser “dono” de uma empresa, como administrar o produto cultural que eu tenho (livro, música, espetáculo, obra de arte, ideia, sonho, etc) é fundamental para que se sobreviva e se sustente o fazer criativo.

SONEKKA – Ela se divide entre melodia e letra, são expertises diferentes. Para ambas é necessário excepcional criatividade e percepção musical, métrica apurada, muita leitura, conhecimento farto de figuras de linguagem, poesia literatura, construção melódica.

Economia criativa para mim é um bicho de 7 cabeças,  sai da esfera do talento e pré disposição artística e envereda pelo caminho técnico de transformar qualquer manifestação em dinheiro. Isso é bom e é ruim. Se por um lado é um ótimo canal para escoamento de arte, por outro é muito técnico para ser gerido pelos próprios artistas. Mas o pior de tudo é a extrema burocracia, que faz com que o acesso ao financiamento da arte seja acessível apenas à empresas. A dificuldade de lidar com isto e a falta de canais naturais pra veicular minha obra me fez desistir de ser artista e virar apenas um compositor hobbista.

RICARDO BRITO – Para escrever é importante conhecer razoavelmente a língua que vai usar, no nosso caso o português. Conhecer música, sua estrutura, formação dos compassos e harmonia. Entendendo melhor o processo facilita.

No Brasil, as manifestações culturais são riquíssimas, em cada parte do País existe um estilo próprio, original e diferenciado. Uma pena que a indústria que inicialmente serviu à ditadura, depois passou a servir ao capital e interesses multinacionais. Mas nossa cultura resistiu e a cada dia cada um na sua vai encontrando o seu espaço. É muito ruim a falta de uma política cultural neste País.

05) Se você fosse presidente do Brasil qual ação executaria imediatamente para a sua área de trabalho?

SUELI VARGAS – não tenho ações, mas consigo ver as oportunidades.

RAQUEL NAVEIRA – Ações voltadas para a educação, para a base, para a alfabetização, para a fomentação da leitura. Valorização do Magistério. Construção de escolas com ambientes para o livro, o esporte, o lazer, o teatro, o cinema, enfim, a integração da escola com a comunidade em que ela está inserida.

ROSE MEUSBURGER – Adequar todas as empresas da economia criativa possibilitando acesso ao SIMPLES NACIONAL. Capacitar os gestores nessas empresas para entenderem a importância dessa formalização tanto para o seu próprio negócio como para o país.

SONEKKA
SONEKKA

SONEKKA – Vou me reter à meu lado compositor: reconheceria o autor como profissional e lhe garantiria o percentual justo pelo seu trabalho. Na atual cadeia produtiva, o compositor é o menos lembrado e o menos remunerado. Totalmente injusto.

RICARDO BRITO – Acabaria com as leis de incentivo para as empresas públicas. Determinaria que um determinado percentual do lucro seria repassado para o governo que administraria o orçamento para implantar efetivamente uma política cultural para todo o Brasil.

6) Você já fez, captou ou gerenciou algum projeto? Seu ou de outros? como foi?

SUELI VARGAS – até tentei mas não consegui captar, foi na lei de incentivo via ICMS.

RAQUEL NAVEIRA – Sim. Entre eles ressalto o projeto “Fiandeiras do Pantanal”: poemas meus e voz e craviola de Tetê Espíndola. Um CD lindo que levamos ao palco e que depois foi largamente utilizado pelos professores e alunos das escolas de Mato Grosso do Sul.

ROSE MEUSBURGER – Esta é uma pergunta complexa. Não captei recursos para projetos porque esta não é a nossa praia! Mas gerenciei e gerencio projetos / produtos culturais meus e de outros. A experiência é interessante e tem várias frentes. Uma das frentes é quando você é o “dono” do projeto e pode articular e decidir – quase que sozinho – que rumos o projeto vai tomar. Numa outra frente quando você executa isso para outro “dono” de projeto fica amarrado às decisões dele. E muitas vezes a decisão desse proponente não é a mais acertada pelo ponto de vista administrativo, financeiro e pode até causar problemas na prestação de contas. Quando o proponente que contratou você para gerenciar o projeto dele entende suas observações e conselhos acatando o que é legalmente aceito tudo flui e acontece de forma a não causar muitos problemas. Mas isso nem sempre acontece. Muitas vezes estamos sujeitos ao ego ou à certeza (não muito certa) do artista “dono” do projeto. Aí os problemas acontecem e nem sempre temos como interceder para resolver tais ingerências.

SONEKKA – Se vale crowdfunding já. Nos PROAC, ROUANET e outros eu já tentei mas não fui contemplado. Na Rouanet não tive como captar.
O crowdfunding foi do clube Caiubi para a festa de 10 anos, funcionou bem como pre-venda, já gerir e divulgar o projeto foi um tormento.
Proac é um funil muito estreito e Rouanet tem rejeição fiscal nas empresas, fica relegada a quem já é um sucesso.

RICARDO BRITO
RICARDO BRITO

RICARDO BRITO – Sim, vários, todos projetos meus. O Projeto de Teatro Jovem, patrocinado pela Coca-Cola foi o maior. Com a falta de política cultural no País, quando a iniciativa privada cria projetos onde cumpre uma função do estado, é melhor sucedida. Seria muito bom que as empresas também realizassem promoções nos diversos segmentos culturais, mas nunca substituindo o Estado.

7) Qual a importância em se escrever um bom projeto?

SUELI VARGAS – uma boa justificativa já é uma boa chance do seu projeto ser aceito. Mas  nem sempre se sabe os critérios de avaliação dos projetos.

RAQUEL NAVEIRA – Quando escrevemos nossas idéias no papel, elas tomam forma, ganham corpo, possibilidade de criar o real. O projeto bem escrito é metade do caminho para a realização da ação. É atitude. Coragem. Fé. Quero firmar projetos e parcerias como com você, Marília. Como escreveu Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

ROSE MEUSBURGER – Pense em uma ponte que tem que ligar duas estradas. Ambas as estradas estão prontas. A estrada artistas e a estrada apoiador (patrocinador, lei de incentivo ou outro qualquer). Se a ponte que deve ligar as duas estradas não foi executada sob certas condições legais e de materiais adequados ela pode ruir assim que o primeiro carro tentar atravessar de um lado para o outro. O projeto é a base da construção dessa ponte. Sem ele não se liga nada a nada. E ele tem que obedecer certos quesitos, leis, orçamentos idôneos e além de tudo estar muito bem escrito. São os argumentos usados na descrição do projeto que vão convencer os responsáveis das duas estradas a finalizar a ligação.

SONEKKA – Várias facetas, uma delas é nortear a própria obra, aumentar as chances de veiculação, mas já vi muita arte ruim disfarçada de bom projeto e captou os fundos necessários, virou arte ruim bem patrocinada.

RICARDO BRITO – Quanto mais claro o planejamento, mais facilidade se tem para a realização.

8) Qual a importância de uma boa produção?

SUELI VARGAS – Uma produção sempre me deixa tranquila,confortável para poder executar melhor o meu trabalho.

RAQUEL NAVEIRA – Produção é base, é pesquisa, é projeto. É a organização das idéias. São os passos para realizar aquilo que é idealizado.

ROSE MEUSBURGER – A ponte está pronta. Feita a ligação entre as duas estradas. Ambos os lados esperam que o fluxo de automóveis (produção) seja feito de maneira segura, sem problemas, devidamente sinalizado e que todos os “passantes” consigam chegar a seus destinos. Mesmo com a ponte bem construída se os administradores dela não a usarem de maneira adequada, e cumprindo tudo do que foi pré-determinado em orçamentos e propostas, todo o trabalho de convencimento executado com um bom projeto escrito é colocado em risco. Qualidade, pontualidade, fornecedores adequados, produtos finais entregues, todos esses quesitos são levados em consideração numa prestação de contas. Você pode fazer uma única ponte e parar por aí se não for competente o suficiente para que o trânsito seja seguro para todos os envolvidos.

SONEKKA – Vital para que o artista execute apenas o que sabe, sem ter que se improvisar em outras funções

RICARDO BRITO – Boas ideias só são boas quando bem realizadas.

9) Um conselho ou uma dica para nossos leitores que buscam informações sobre essa área:

SUELI VARGAS –  hoje em dia os acessos para qualquer informação, sobre musica, show e lazer é fácil só vale ficar ligado e ir atrás do que te satisfaz, fazer e ouvir.

RAQUEL NAVEIRA – O processo é sempre ler e escrever, um alimenta o outro. Pautar toda a vida de acordo com essa vocação. Persistência.

ROSE MEUSBURGER – Infelizmente o Planejamento não está no DNA do brasileiro. Mas dá para mudar isso! Gestão, gestão, gestão. Essa é a chave para o sucesso de qualquer empreitada em qualquer segmento.

SONEKKA – Sejam sinceros consigo mesmos tanto ao fazer canção, quanto ao ouvir. O que é bom, é bom independente do gosto pessoal. Apure a percepção, mesmo que seja através, mas em primeiro lugar sejam críticos com a própria obra. Outra coisa, obra é obra, artista é artista, pessoa é pessoa,  aprenda a separar as coisas. Não é porque você não gosta de alguém que ele não pode ser bom artista e vice-versa.

RICARDO BRITO – Conselhos bons são os vendidos….rsrsrs…brincadeiras à parte, escolha para fazer algo que você não consiga viver sem. Dedique-se e se informe, procure seus pares e acompanhe o máximo que puder do que é realizado na sua área.

“Não tente reinventar a roda ignorando-a. Pode reinventar, mas a partir dela. Conheça a roda existente e invente uma nova, se puder.” (Ricardo Brito)

10) Deixe seus contatos/ links/ mídias sociais etc.

SUELI VARGAS

suelivargasvoz@gmail.com – Facebok:  Sueli Vargas – Tel 992691896

www.youtube.com/watch?v=mPPWd27HFYU

www.youtube.com/watch?v=2nmiP6kd_hM

www.youtube.com/watch?v=3ixbgE3Sq2Y

https://www.youtube.com/watch?v=KyO7LWU-YBM

RAQUEL NAVEIRA

www.raquelnaveira.com.br

www.editoraalvorada.com.br

http://www.topvitrine.com.br/autor/raquel-naveira

raquelnaveira@gmail.com

ROSE MEUSBURGER

rosemeusburger@gaiabrasil.com.br

Facebook – Rose Meusburger / Gaia Brasil

Rede de Economia Criativa

www.gaiabrasil.com.brwww.recbrasil.com.br

SONEKKA

Sonekka@sonekka.com.br
facebook.com/sonekka

RICARDO BRITO

britoprod@gmail.com

http://www.dicionariompb.com.br/ricardo-brito

www.myspace.com/ricardobritocompositor

www.encontrosrb.blogspot.com

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